sábado, 7 de maio de 2016

Com o giz na mão: Dia das mães.

Nas escolas de todo Brasil, dois embates nesta data especial que é o Dia das Mães.

1. Tradição x Politicamente correto

2. Tradição x Política afirmativa de gênero.

No primeiro, a questão delicada das escolas sobre como tratar o Dia das Mães para os alunos criados pelas avós, seja por fatalidade, seja por necessidade.

Comemorar Dia das Mães para alunos privados do convívio com o ente materno é sempre uma linha muito tênue que professores. Deixar de comemorar é algo impensável; desconsiderar os casos específicos, uma desumanidade.

Aí entra o trabalho da docente e a delicadeza para contornar a situação, usando para isso o conhecimento prévio que tem sobre os alunos nesta situação, e sugere, conforme o caso, que a homenagem seja dirigida a Avó, madrinha, tia, irmã mais velha.

E no segundo, este um embate mais recente, a ideia de que os novos arranjos familiares não se configuram apenas como Pai e Mãe, mas a possibilidade da criança ser educada em casa por duas mães numa relação homoafetiva.

Neste caso, como deve agir professora e escola?

A ideia que mãe é que deu a luz pode ter sua validade biológica, mas no ambiente social o termo mãe é muito mais que aquela que gerou, extensivo às mulheres que ajudaram na criação e educação daquele aluno, não por outra razão há a possibilidade de homenagear avós, tias e irmãs, como no exemplo acima citado, então porque não fazer o mesmo para a cônjuge da mãe?

Entendo ser esta premissa verdadeira, entretanto refuto a ideia de substituir o termo "Dia das Mães" e "Dias dos Pais" (o mesmo raciocínio realizado até agora também se aplica aos homens no Dia dos Pais) por "Dia da Família".

Não é porque uma criança seja criada por duas mães que ela deixa de ter mãe. Aliás, e talvez nos casos de adoção seja mais latente que nos casos em que uma das mães gestou a criança (onde ela pode considerar como mãe apenas a mulher que lhe deu a vida), fosse justamente a oportunidade da escola eliminar qualquer preconceito sobre esta questão, trabalhando com as crianças a ideia de que determinado colega tem não apenas uma, mas duas mães para homenagear.

Posso até estar sendo utópico mas quem sabe assim fazendo não chegue o dia em que seja visto como absolutamente normal (como de fato é) uma criança viver em um lar governado por duas mulheres ou por dois homens.

Portanto, amanhã, desejo a você Mãe, Avó, Tia, Irmã ou Esposa, um ótimo Dia das Mães.

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