quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Minha musa iraniana.

Chama-se Ghoncheh Ghavami, tem dupla cidadania (Iraniana e Inglesa) e virou destaque após ser condenada por ter tentado assistir a um jogo de vôlei masculino em seu país, cuja política de segregação de gênero proíbe mulheres assistindo a eventos masculinos ao vivo.

O que ela fez como protesto, pois é ativista política.

Por uma mulher destas sim valeria a pena ser perseguido pelo Aiatolá Khomeine meu caro Roshdie, não por algumas páginas de um livro afrontando toda uma nação.

Aliás, se eu tivesse talento para escrever, dedicaria a ela um livro cujo título não poderia ser outro que não "Versos Safados".

Enfrentaria qualquer regime de exceção, qualquer grupo fundamentalista, qualquer Aiatolá, Aiatoaqui Aiatoacolá.

Eu lhe daria asilo político aqui em Ipuã, nem que tivesse que fundar uma república independente sem tratado de extradição com o vizinho Irã.

Eu sei que o correto era eu tecer comentários sobre o ato da moça, sobre sua causa, sobre a opressão que mulheres sofrem mundo afora, mas não consegui.

Travei na primeira linha.

Não sei se é o gesto de ousadia desta jovem estudante de direito de 25 anos de idade, prestes a torná-la símbolo dos direitos das mulheres neste século XXI.

Não sei se é por ser uma avis rara dentro do ativismo político.

Ou se é a sua beleza Persa, tão característica das mulheres iranianas e tão pouco (por razões óbvias) reveladas ao ocidente.

Não sei... só sei que com esta celeuma toda (que espero tenha um final feliz para Ghavami) encontrei uma musa iraniana para admirar.

E assim saiu este texto.

Que pode soar machista aos ouvidos da linda ativista iraniana, razão pela qual não traduzirei-o para o idioma parsi.



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