Hipérbato é a figura de linguagem da inversão da ordem direta de uma oração para efeito estilístico.
Nosso Hino Nacional é um grande exemplo de hipérbato.
Por isso entendemos pouco sobre o que diz sua letra.
Mas na ordem direta, tudo muda.
Veja só:
As margens plácidas* do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico. (*Sossegadas)
E nesse instante, o sol da liberdade brilhou em raios fúlgidos* no céu da Pátria. (*Brilhantes)
Se conseguimos conquistar o penhor* dessa igualdade com braço forte, ó liberdade, o nosso peito desafia a própria morte em teu seio**. (*garantia) (**interior).
Salve! Salve! Ó Pátria amada, idolatrada.
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido* de amor e de esperança desce à terra, se a imagem do cruzeiro resplandece** em teu céu formoso, risonho e límpido. (cintilante) (**se torna notável)
Colosso* impávido**, gigante pela própria natureza, és belo, és forte, e essa grandeza espelha o teu futuro. (*Figura grandiosa da mitologia) (** Sem medo)
Ó Brasil, Pátria amada, tu és terra adorada, entre outras mil.
Brasil, Pátria amada, és mãe gentil, dos filhos deste solo.
Ó Brasil, florão* da América, deitado eternamente em berço esplêndido**, ao som o mar e à luz do céu profundo, fulguras***, iluminado ao sol do Novo Mundo! (*Enfeite que imita flores) (**grandioso) (***destaca-se)
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores do que a terra mais garrida*. (*enfeitada)
Nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores em teu seio.
Salve! Salve! Ó Pátria amada, idolatrada.
Brasil, o lábaro* que ostentas estrelado seja o símbolo de amor eterno, e o verde louro dessa flâmula** diga: Paz no futuro e Glória no passado. (*Bandeira) (**bandeira)
Mas, se ergues a clava* forte da justiça, verás que um filho teu não foge à luta, nem quem te adora teme a própria morte. (*arma/tacape/porrete)
Ó Brasil, Pátria amada, tu és terra adorada, entre outras mil.
Brasil, Pátria amada, és mãe gentil, dos filhos deste solo!

