sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Diário de um pai fresco: O nome.

Passado o susto da gravidez inesperada, mas desejada, vem uma das partes mais complicadas na vida de um casal de pais de primeira viagem: a escolha do nome.

Claro que após algum tempo de namoro sempre surgem sugestões de nomes no casal, seja nas conversas sobre assunto de filhos futuros, seja nas conversas moles de casal apaixonado que sonha uma vida além dos dois.

E foi assim que descobri que a Tauani preferia nomes mais simples como Luiz, Miguel, Francisco e Joaquim.

Vi que minha missão seria difícil, convencê-la que havia opções melhores de nomes.

Não que fossem nomes feios, pelo contrário, os nomes sugeridos eram bonitos. Mas eu entendo que nome deve ser uma homenagem que fazemos a alguém que admiramos.

Dessa forma, quase deu separação quando propus como nome, Belchior e Sócrates.

Na minha vã ingenuidade, quando eu lhe mostrasse as músicas do Belchior, a quem homenagearia se tivesse um filho, ela começaria a chorar copiosamente e diria com a voz embargada: Nosso filho vai ter esse nome!!!!

Não foi o que aconteceu.

Com Sócrates ela nem abriu margem a negociações:

- Não quero nome de filósofo grego em filho nosso.

Nem explicando que a homenagem era ao jogador de futebol e médico, Dr Sócrates do Corinthians e não ao filósofo, consegui demovê-la da ideia de não aceitar esse nome.

Então ela me pediu uma lista de nomes para que ela, com poder de veto, para ajudar na empreitada.

De cara eliminou nomes masculinos como Andrew e Forrest, por achar americano demais.

Tom e Amyr também não gostou.

Caetano ela até gostou, mais deixou de stand by.

Orandes ela ama de paixão, mas desde que fosse Neto, e eu não queria Neto.

Nada contra, mas preferia Orandes Carlos da Rocha III, já pensaram? Continuo exclusivo na cidade.

Até que um nome foi consenso: Gael.

Nome de menina foi mais complicado.

Na discussão para escolher nome de menina tive de ouvir:

- Já tem uma com esse nome na família.

- Nossa, esse é nome de menina enjoada.

- Tinha uma colega de sala com esse nome que eu odiava.

- Você já beijou alguém com esse nome? Se eu descobrir que nossa filha tem nome de ex peguete sua, eu te mato!

Novamente fiz uma lista, com poder de veto da parte da mãe da criança.

Nomes como Bela e Linda estavam na lista, mas eu mesmo excluí. Se a menina puxar para a mãe, tudo bem os nomes farão sentido, mas já pensou se puxa pro pai?

- Seu nome?

- Linda.

- 🤭

Novamente encontrei resistência aos nomes americanos como Alícia, indígenas como Raíra e homenagens como Marina.

Até que um nome que eu sempre falei e ela sempre gostou foi unanimidade: Liv.

Assim mesmo, sem a letra "i", sem a letra "e" (todos chamariam de laive, ainda mais que foi gerada em.plena pandemia) e sem a letra "y".

E assim ficou Liv e Gael.

Afinal somos Orandes e Tauani, se nossos filhos tivessem nomes fáceis não combinaria com a gente.

Fico imaginando daqui a alguns anos, na escola, primeiro dia de aula:

- Liv/Gael.

- Presente, professora.

- Você é filha(o) do Orandes e da Tauani?

OBS: Escrevi esse texto antes de saber o sexo da criança.

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