sexta-feira, 5 de abril de 2019

Pelo fim do absenteísmo. [Há 10 anos]

10 anos atrás em texto polemico eu criticava o absenteísmo docente como uma das chagas da Educação pública brasileira.

Mais um caso que, fosse hoje, eu manteria as críticas, porém com cores mais suaves.

Fui muito incisivo na época e não contemplei o problema na sua plenitude.

Fosse hoje, escreveria bem diferente.

Segue o texto.


Pelo fim do absenteísmo.

Deu na Folha de anteontem: “Conselho limita docentes temporários a 10% na rede pública de ensino”.

O “Conselho” a que o jornal se refere, é o Conselho Nacional de Educação, órgão colegiado e normativo ligado diretamente ao MEC, e quem determina discute e legisla sobre grande parte das mudanças na Educação Brasileira.

Tal medida, visa conter o grande número de faltas desnecessárias de professores, o que para muitos pesquisadores em Educação, é um dos principais vilões da má qualidade do ensino público brasileiro.

O que eu concordo.

Mas penso que não basta só isso para conter o absenteísmo.

Seria necessário antes de tudo, acabar com a “indústria” dos atestados médicos. A coisa mais fácil para um professor que se ausentou porque quis de um dia de suas atividades, é pegar um atestado médico e assim, não perder aquele dia.

Minha experiência no Departamento de Educação me deixou isso claro.

O que sempre achei uma injustiça, afinal a pessoa ganha um dia todo de serviço só porque passou duas ou 3 horas do seu dia no médico? Por que não marcar a consulta para um período em que não tenha aula? (no caso de professores que tenham aula em 1 único período ou jornada que dê tal compatibilidade).

Ou será que as centenas de atestados que assinei na época foram todos eles casos de urgência onde o professor não pode se agendar? (Era recomendado que eu não indeferisse atestado, ainda que soubesse que era mentira).

Eu sempre me perguntei se fosse uma empresa particular onde o funcionário pudesse ser demitido será que haveria tamanha ausência?

Penso que a legislação deveria proteger a qualidade do serviço público.

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