quarta-feira, 25 de abril de 2012

Republicação.

Com a notícia de que a série "House" encerra esse ano, resolvi vasculhar o blog antigo www.orandesrocha.zip.net sobre o que já havia escrito sobre o seriado.
Deparei-me com um texto em 24/04/2009, há exatos 3 anos.
É um texto nascido numa madrugada, onde com uma crise alérgica enorme, corri para o Pronto Socorro afim de tratar da garganta.
Já em casa, horas depois, veio a ideia de escrever um texto sobre como seria uma consulta minha com o famoso personagem.
Delírio claro, mas para um doente alquebrado, a melhor opção era rir de si mesmo.
Segue o texto:

Quando me encontrei com o Dr House.
Febre, dor de garganta, dores pelo corpo... isso bastou para que eu procurasse pelo famoso Dr Gregory House, no Princeton Plainsboro Hospital, em New Jersey; consulta marcada pelo meu amigo André Souza, o Testinha, muito conhecido por lá.
Lá chegando, achei estranho ser atendido de cara pelo próprio doutor, que como se sabe, é avesso a estes contatos.
Indagado, respondeu:
- Era você ou a Clínica, com doentes e seus narizes escorrendo.
O meu também estava escorrendo, mas não cheguei a mencionar o fato.
Descobri mais tarde que havia demitido sua equipe, como sempre.
- Meu nome é Oran...
- Vai ajudar em alguma coisa no diagnóstico eu saber seu nome?
Não iria, mas não custava apresentações.
Mas era o House, tinha de ir me acostumando com sua famosa misantropia.
Fui encaminhado para os exames de sempre: cultura de sangue, tomografia e ressonância magnética.
Explico que minha febre é pontual sempre às 16:00 e à 23:30
- Febre cíclica? Você vem de um país tropical, deve ser Malária, vou pedir para algum lacaio administrar 10 mg de quinina.
Pensei em perguntar se não seria melhor diagnosticar primeiro e depois tratar, mas sabia que a resposta seria algo do tipo: “veio de tão longe para questionar meus métodos?”.
E a todas estas, eu ainda continuava com dores pelo corpo e garganta inflamada, e é claro, a pontual febre das 16:00 e das 23:30.
Sintomas persistentes e o doutor exclamou: Interessante.
- Se não responde aos medicamentos é porque a malária já deve ter atingido os rins causando colapso no sistema.
- Como doutor?
Cara enfadonha:
- Imagine que o sangue é o sistema de coleta de lixo da sua cidade, o Plasmodiun é a matéria orgânica que foi erradamente sedimentada no aterro e que gerou um acúmulo de gás metano soterrado, resultando numa explosão.
- Meus rins são o aterro?
- Deduziu sozinho? Me traz seu currículo. Vou começar a hemodiálise.
Apresento melhoras e estou prestes a ter alta, quando começo a passar mal, febre e mal estar.
- O danadinho deve ter atingido o fígado, fugindo do medicamento. Deve ser herpes ou doença de Wilson. 10mg de aciclovir e descobriremos: se melhorar era herpes, se precisar de transplante, Wilson. E por falar em Wilson...
O Doutor me deixa na sala e vai procurar seu amigo, provavelmente para lhe roubar sua comida ou implicar com sua vida pessoal.
Eis que o Wilson, no meio do almoço, espirra, levando o Dr House a uma de suas epifanias.
- Estou gripado, não vai me desejar saúde?
E saindo da mesa deixando a comida, roubada, no prato.
- Não!
Estou prestes a receber uma dose de aciclovir quando a enfermeira é interrompida, impedida pela bengala justiceira do nosso herói.
- Quer matar o rapaz com medicamentos desnecessários?
- Mas o senhor...
- Não sabe que no país dele as campanhas pelo sexo seguro são eficientes?
A enfermeira sai da sala ofendida.
- Descobriu o que eu tenho Doutor?
- Streptococcus pyogenes.
- Como?
- Amidalite.
O espirro do Wilson e a sua conclusão de que estava gripado, levou o Dr House a perceber que nem sempre sintomas conduzem a doenças raras e complicadas, e que febre, dor de garganta e dores no corpo, têm resposta simples.
- Mas você me disse que era Malária, Herpes, Wilson!
E dando com os ombros e com um riso sarcástico:
- Everybody Lies.

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