quarta-feira, 18 de abril de 2012

Carlos é sobrenome.

Terminou hoje a última etapa da confecção do meu passaporte.
Retirei-o na Polícia Federal, na cidade de Ribeirão Preto após mais de 2 meses tramitando o processo de confecção, que começa com o pagamento da taxa, passa pelo agendamento de data disponível (o mais demorado), a entrevista e entrega dos documentos necessários e termina com a retirada.

Salvo engano, é o último documento que faltava ao Blogueiro.

RG, tirei aos 10 anos, após ter sido barrado ao viajar de ônibus de Guaíra (onde passava férias) para Ipuã. Naquele dia, decidi que um documento de identificação facilitaria viagens futuras.

CPF veio aos 16, quando abri conta em banco e precisava para poder usar cheque.

Reservista aos 18, por força da lei.

CNH aos 18 e meio, não deu para tirar aos 18 exatos porque estudava fora.

E agora, aos 35 anos, tiro meu Passaporte.

Tirar passaporte é simples, não tem complicação alguma. Aliás, o que mais deu complicação foi meu nome.
Eu explico...

Chego na sede da PF para entrega dos documentos e entrevista, sou recepcionado por uma educada mocinha que chama:
- Orandes Carlos.

Entro, sento à sua frente, cumprimento-a educadamente (como mamãe me ensinou que devemos tratar os funcionários públicos, sobretudo os funcionários públicos do sexo feminino).

Ela pergunta:

- Seu nome é Orandes Carlos?

Eu respondo:

- Orandes, o Carlos é sobrenome.

Com cara de espanto ela confirma, como que querendo que eu me questionasse sobre um possível engano (o que seria um engano de 35 anos):

- Carlos é mesmo sobrenome???

Novamente confirmei.

E ela, ainda incrédula:

- Seus irmãos também assinam Carlos?

Pensei em dar-lhe toda a genealogia do nome, iniciada quando Zeca Faustino casou-se com Maria Alta e todos seus filhos assinaram "Carlos da Rocha", inclusive Onofre, que casara com Donatília e todos seus filhos também assinavam "Carlos da Rocha".

Limitei-me a responder que tenho apenas irmãs, que levaram apenas o Rocha, além do sobrenome materno, mas que meu pai e seus irmãos assinavam o, tão estranho para ela, "Carlos".

Após a minha 3ª confirmação, a moça pôs-se a preencher a papelada, tirar foto, pegar assinatura de demais et céteras.

Terminada a burocracia, ela encerrou dizendo:

- Bom, então Carlos ficou como sobrenome. O Passaporte fica pronto dia 18.

Agradeci e fui embora pensando: Que raios ela tem contra o nome, ou no caso, sobrenome, "Carlos"?

Só porque meu nome é um tanto quanto incomum, não significa que tenha de ser nome composto para ficar mais comum.

Eis que hoje, vou para pegar o passaporte e sou chamado por um rapaz.

- Orandes!

Opa, já começamos bem. Finalmente não vou passar pelo inconveniente de ter de explicar que não tenho nome composto, mas um sobrenome confundido com nome.

Sentei, cumprimentei-o cordialmente.

Ele olha meu passaporte franzindo a testa, como que desconfiado que algo saíra errado e diz:

- Olha, Carlos está aqui como sobrenome.

Iria começar tudo de novo...

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