Tirandentes.
Corria o ano de 1889.
Os militares Republicanos acabavam de dar um golpe de Estado que colocava fim em 80 anos de Reinado no país.
Para
consolidar o novo governo, além do conjunto de medidas políticas
tomadas, eram necessárias medidas sócio-culturais. E uma delas era a
escolha de um herói que representasse a nascente República.
Foram procurar nos fascículos da sábia e mestra História.
Precisaria
ser alguém de classes mais baixas, para transmitir a ideia de um herói
popular, não elitista; alguém que tivesse patente militar (afinal
Governo recém instaurado era militar); e que tivesse morrido defendendo o
Brasil contra Portugal, um mártir contra a opressão portuguesa.
Assim encontraram Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Um
simples alferes da Guarda Nacional, cuja morte, ocorrida 100 anos antes
da instalação da República, serviu apenas como exemplo para os demais
insurretos que, de classes mais altas, foram presos e deportados,
cabendo ao, pouco atuante na Insurreição, Tiradentes, o destino da
execução.
Muito
mais um bode expiatório que um líder atuante. Um jovem que, passados
pouco mais de 20 anos após sua morte, poucas pessoas se lembravam dele,
mas que naquele limiar de fim do Império, começo de República, servia
perfeitamente aos propósitos de virar herói nacional.
Chegaram até a alterar sua fisionomia, elevando-o à categoria de divindade.
Caro leitor, faça o exercício de descrever rapidamente, as características físicas de nosso herói...
Alto, magro, loiro, cabelos compridos e olhos azuis? Uma figura parecida com a usada comumente para descrever Jesus?
Oportuna comparação, valendo-se ainda do fato de que ambos tiveram morte trágica, porém redentora.
Desde
então, o 21 de abril é comemorado como Feriado Nacional no país. Com
status de maior importância que o 22 de abril, dia do nosso
"descobrimento"; e ao meu ver, uma data muito mais simbólica, se
levarmos em conta que a nossa história realmente começou aí.
Mas isso é outra História...
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